Na década de 2010, o Brasil viveu uma forte onda de entrada de marcas chinesas no mercado automotivo, oferecendo promessas de inovação. Contudo, muitas dessas montadoras encerraram sem mais nem menos as suas operações em poucos anos, deixando milhares de consumidores na mão. Dona da Volvo, a Geely é uma das marcas que entrou no mercado brasileiro em 2014 com o sedã EC7 e o hatch compacto GC2.
No entanto, devido à baixa demanda e dificuldades de importação, ela encerrou suas operações em 2016, após vender cerca de apenas 1.000 unidades. Evidentemente, essa saída repentina deixou muitos consumidores receosos sobre a continuidade do suporte e a disponibilidade de peças para os veículos chineses. Agora, a Geely tenta novamente vender seus carros no Brasil, através das marcas Volvo, Zeekr, Riddara e Polestar. Os consumidores mais informados, entretanto, estão cientes da origem destas montadoras.
A Lifan chegou ao Brasil no início da década de 2010, lançando o hatch 320 (cópia do Mini Cooper), o sedan 530 e o SUV X60. A marca enfrentou uma série de dificuldades, desde prejuízos financeiros até a crise econômica que culminou na suspensão da produção de seus veículos, que costumam apresentar problemas elétricos e de falta de peças. Uma solução encontrada pelos proprietários é se reunir em grupos nas redes sociais, como o Facebook. Por lá, é comum encontrar anúncios de peças de carros que viraram sucata. Nibia Peres, proprietária de um Lifan X60, compartilha sua frustração: “O meu X60 tem um ano que está de oficina em oficina e ninguém acha o problema. Pior ‘latada’ que já levei na minha vida inteira.” Bruno Reis, que possui um Lifan 320 há seis meses, relata sua experiência: “tive que pedir ajuda da galera nas redes sociais. Desviei de vários golpistas, mas no fim não encontrei o que precisava. Tive que soldar uma peça e esperar outras duas chegarem de outro estado”.