A China anunciou nesta semana medidas para conter a expansão acelerada de sua indústria automotiva. O vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, Xin Guobin, afirmou que o governo tomará medidas enérgicas para enfrentar o estabelecimento “cego” de novos projetos de veículos elétricos por algumas autoridades e empresas locais, o que levará à redução da produção de veículos elétricos. A decisão do país asiático é percebida como um reconhecimento das preocupações crescentes na Europa e nos Estados Unidos sobre a ascensão rápida dos carros elétricos chineses. A União Europeia iniciou uma investigação sobre os baixos preços dos carros elétricos chineses no continente, alegando que esses preços são “artificialmente mantidos baixos por enormes subsídios estatais”. Nos mercados de exportação, carros chineses têm enfrentado ameaças de aumentos de impostos e novas legislações específicas, alimentando temores de que há uma cadeia de abastecimento global excessivamente dependente de fábricas chinesas.
Governos da União Europeia e dos Estados Unidos têm adotado medidas para impulsionar suas próprias indústrias de veículos elétricos e conter o avanço rápido dos fabricantes de carros e fornecedores de baterias chineses. Os Estados Unidos já ampliaram as tarifas sobre carros elétricos chineses e passam a estar inclusos os automóveis feitos nos EUA que utilizam baterias provenientes da China, a partir de janeiro de 2024. O Reino Unido também expressou preocupações com a segurança, com relatos de que o Departamento de Energia e Segurança e Net Zero encomendou uma investigação para avaliar se a dependência excessiva de baterias e painéis solares da China representa um risco à segurança. Enquanto isso, reguladores da União Europeia destacam as vantagens percebidas que as empresas chinesas desfrutam, incluindo acesso mais fácil a financiamento, apontando para uma competição desigual em comparação com as montadoras europeias.