Informações de contato

R. Buriti dos Lopes, 2040 - Monte Castelo, Teresina - PI, 64016-740

A situação do segmento de veículos elétricos já não anda boa neste ano, com o mercado vendo diversas companhias entrarem com pedidos de recuperação judicial, como foi o caso da Fisker. E considerando a situação financeira precária de muitas delas, além das promessas do presidente eleito Donald Trump de reduzir os subsídios para o setor, o cenário pode ficar ainda pior. Um levantamento feito pelo jornal The Wall Street Journal com 54 empresas, de montadoras a fabricantes de baterias, mostra uma situação financeira delicada: a maioria delas está atualmente com caixa em níveis muito baixos.

Sete dessas empresas já entraram com pedidos de recuperação judicial, entre elas a Fisker. De um total de 36 companhias desse grupo, três quartos delas estão perdendo dinheiro e 13 devem ficar com o caixa zerado até meados do ano que vem. Mesmo companhias um pouco mais estabelecidas, como a Rivian Automotive e a Lucid Group, enfrentam perspectivas nebulosas. Suas ações registram uma queda acumulada de 40% ou mais neste ano, em meio ao recuo na demanda por veículos elétricos, aumento dos custos de produção e problemas na cadeia de fornecimento. Em meio a essa mudança de cenário, a Rivian corre para fechar um empréstimo de US$ 6,6 bilhões com o governo dos Estados Unidos para aumentar sua capacidade produtiva. O crédito foi aprovado preliminarmente nesta semana, mas investidores estão preocupados que a fabricante de automóveis elétricos possa não receber os recursos antes da posse de Trump, marcada para 20 de janeiro.

A mudança de administração na Casa Branca deve tornar a situação ainda mais complicada. Enquanto o presidente Joe Biden estimulou a indústria via subsídios e financiamentos, Trump prometeu acabar com o crédito fiscal de US$ 7,5 mil para a compra de carros elétricos. E o plano do novo presidente de elevar as tarifas de importação sobre veículos e peças deve pressionar ainda mais os custos da indústria automotiva. Muitas startups se tornaram públicas nos últimos anos, surfando o entusiasmo em torno do tema e tentando ser a próxima Tesla. Algumas delas apelaram para as Special Purpose Acquisition Companies (SPACs), popularmente conhecidas como “empresas de cheque em branco”.

Mas a realidade frustrou as expectativas. Uma que se enquadra nesse caso é a fabricante Canoo. Ela se listou via uma SPAC, em 2020, além de ter recebido US$ 113 milhões em incentivos fiscais, com planos de criar mais de 1,3 empregos em sua fábrica de veículos e baterias em Oklahoma. A companhia projetava que teria um faturamento de cerca de US$ 1,4 bilhão neste ano. Passado o tempo, a situação é outra. A companhia sofre com queima de caixa e se viu obrigada a demitir quase um quarto do quadro de funcionários para preservar recursos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *